quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Culpa é da Crise... ou da falta de Fé no próprio?


Oiço as pessoas numa constante queixa: “A vida está cara... não há dinheiro para nada... pago uma renda de 600 euros, tenho 2 filhos e ganho apenas 1000... os políticos são uns corruptos... dinheiro aos bancos! Deveriam dar o dinheiro a nós... agora aos bancos!... Votar para quê? São todos iguais! No tempo do Salazar é que era... é tudo uma rebaldaria!...”

De onde nos vem este descontentamento?
Se pararmos na rua e questionarmos os transeuntes certamente nos dirão que a culpa é da CRISE!
Faço uma reflexão e fico com o sentimento de que a CRISE sempre esteve aí... ela paira sobre as nossas cabeças e funciona como uma espécie de explicação “acting out” do nosso descontentamento, das nossas frustrações, dos nossos TRAUMAS.

De que ordem é esta queixa? Ou queixume?
Colocar a explicação no que nos é exterior é um enunciado de fácil acesso, permite-nos uma explicação satisfatória sobre os nossos sentimentos.
A CRISE não é minha, é exterior a mim, somente exterior a mim. Será este o cerne da questão/ões?

De que forma ressoa internamente? É assim tão doloroso que a explicação mais suportável se prenda essencialmente com um outro/ uma outra coisa? Uma aparente explicação? Que TRAUMA este de ser díficil o encontro com a nossa verdade íntima?

Aparentemente a dor/queixa tornou-se pública, globalizou-se... e a culpa parece ser da CRISE... ou da falta de FÉ no próprio?

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