Há algum tempo atrás escrevi um post, que aqui vou reproduzir, sobre a forma como as histórias da nossa infância têm vindo a ser distorcidas a fim de supostamente diminuir a violência nelas contida. A história do capuchinho vermelho é uma das que tem sofrido mais alterações.
Brenman, na sua tese sobre a relação das crianças com as histórias infantis defende que, contrariamente ao que tem sido defendido por muitos, é bom que as histórias contenham personagens maus e violentos, tipo lobo mau, bruxas, etc, pois as crianças precisam aprender a lidar com e a vivenciar essas emoções.
O que aqui me suscita maior reflexão é a tendência crescente para educar as crianças de forma asséptica, a qual por sua vez parece corresponder a uma cada vez maior preocupação parental em expor os filhos a algo que sempre fez e sempre fará parte da natureza humana, como é o caso da agressividade e da violência.
Ora porque será que os pais andam tão preocupados com a violência e tão envolvidos em estratégias educativas para a neutralizar senão porque eles próprios se mostram cada vez mais incapazes em lidar com esses sentimentos?... O resto corre por conta dos mecanismos de identificação projectiva, visto que a forma como os pais intuem os filhos depende das partes de si próprios sobre eles projectadas.
Desta forma, o preocupante não é a violência presente nos contos infantis mas a violência latente presente no interior de cada mãe ou pai excessivamente preocupado com a violência. Pois dos progenitores a criança não pode desviar os sentidos…
Assim, preocupante para mim é a interiorização silenciosa que a criança é forçada a fazer da violência contida dos pais e que vai constituir as bases de identificação de que tanto precisa para construir a sua identidade.
Muito mais pacifica em termos desenvolvimentais, por paradoxal que possa parecer, é a violência mais turbulenta, mas sobretudo visível, que permite à criança jogar os seus conflitos, fazer à vez de vitima e de carrasco, identificar-se a uns e/ou a outros, encenando movimentos de aproximação e de afastamento segundo os afectos nela mobilizados.
Claro que se nos colocam muitas questões relacionadas com este tema da violência presente nas referencias culturais, sobretudo as que dizem respeito ao simbólico e à metáfora e à forma como a sociedade de hoje os vive e os transmite à criança, mas isso é tema de outra discussão.
Deixo-vos com duas imagens, o lobo mau de barriga aberta, e uma mãe/pai horrorizados com a barriga aberta do lobo mau... Não será com certeza difícil perceber qual é a que pode fazer mais estragos na mente de uma criança ...
Brenman, na sua tese sobre a relação das crianças com as histórias infantis defende que, contrariamente ao que tem sido defendido por muitos, é bom que as histórias contenham personagens maus e violentos, tipo lobo mau, bruxas, etc, pois as crianças precisam aprender a lidar com e a vivenciar essas emoções.
O que aqui me suscita maior reflexão é a tendência crescente para educar as crianças de forma asséptica, a qual por sua vez parece corresponder a uma cada vez maior preocupação parental em expor os filhos a algo que sempre fez e sempre fará parte da natureza humana, como é o caso da agressividade e da violência.
Ora porque será que os pais andam tão preocupados com a violência e tão envolvidos em estratégias educativas para a neutralizar senão porque eles próprios se mostram cada vez mais incapazes em lidar com esses sentimentos?... O resto corre por conta dos mecanismos de identificação projectiva, visto que a forma como os pais intuem os filhos depende das partes de si próprios sobre eles projectadas.
Desta forma, o preocupante não é a violência presente nos contos infantis mas a violência latente presente no interior de cada mãe ou pai excessivamente preocupado com a violência. Pois dos progenitores a criança não pode desviar os sentidos…
Assim, preocupante para mim é a interiorização silenciosa que a criança é forçada a fazer da violência contida dos pais e que vai constituir as bases de identificação de que tanto precisa para construir a sua identidade.
Muito mais pacifica em termos desenvolvimentais, por paradoxal que possa parecer, é a violência mais turbulenta, mas sobretudo visível, que permite à criança jogar os seus conflitos, fazer à vez de vitima e de carrasco, identificar-se a uns e/ou a outros, encenando movimentos de aproximação e de afastamento segundo os afectos nela mobilizados.
Claro que se nos colocam muitas questões relacionadas com este tema da violência presente nas referencias culturais, sobretudo as que dizem respeito ao simbólico e à metáfora e à forma como a sociedade de hoje os vive e os transmite à criança, mas isso é tema de outra discussão.
Deixo-vos com duas imagens, o lobo mau de barriga aberta, e uma mãe/pai horrorizados com a barriga aberta do lobo mau... Não será com certeza difícil perceber qual é a que pode fazer mais estragos na mente de uma criança ...
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