domingo, 9 de agosto de 2009

Psicoterapia e Neurociências, um namoro difícil ou um casamento á vista?



A questão das neurociências da psicologia já se coloca á cerca de um século, Freud escreveu que muitas das doenças psicológicas que observara teriam no futuro uma melhor compreensão e tratamento com o evoluir das neurociências.
António Damásio ao ser confrontado com uma pergunta de uma jornalista, no sentido de saber como se podem alterar as conexões neuronais de determinada estrutura de personalidade, respondeu “fazendo psicoterapia!”.
Faz algum sentido começar por explicar o que cada técnica de captação de imagens pode dar.
A TAC - tomografia axial computorizada - permite obter imagens do cérebro através de raios X. A diferença de densidade dos tecidos autorizam a visualização das várias regiões cerebrais como nestas imagens tomadas de diferentes ângulos. A TAC permite detectar alterações anatómicas no cérebro tais como tumores, AVCs e outras anomalias.

A RM - ressonância magnética nuclear - é um sistema de neuro imagem anatómica não invasiva que oferece imagens cerebrais de alta resolução obtidas a partir da medida das ondas que emitem os átomos de hidrogénio quando são activadas por ondas de radiofrequência num determinado campo magnético.

A PET - tomografia por emissão de positrões - permite detectar a actividade cerebral determinando o fluxo de sangue, o qual contem átomos radioactivos que emitem positrões. Avalia a quantidade de actividade metabólica do tecido cerebral. Os pacientes são injectados com uma substância radioactiva a qual vai ajudar a produzir imagens das áreas cerebrais activas. Ou seja, esta técnica permite imagens tomográficas funcionais do cérebro em situação basal ou durante a realização de alguma actividade.

A IRMf - ressonância magnética funcional - é sensível às alterações do fluxo sanguíneo que percorre todo o cérebro e se altera a todo o instante conforme a actividade das células nervosas (neurónios), podendo-se detectar onde essa actividade está mais intensa. A técnica fundamenta-se na medição do oxigénio no sangue nas áreas mais activas do cérebro, gerando imagens cromáticas de alta resolução tendo aberto enormes expectativas na ampliação do conhecimento das funções cognitivas.

Embora seja uma técnica diferente, o EEG - electroencefalograma - permite o registo da actividade bioeléctrica de numerosos potenciais de acção que são recolhidos por eléctrodos aplicados na superfície do couro cabeludo. Uma aplicação do EEG é a técnica dos Mapa de Actividade Cerebral (MAEC ou BEAM em inglês, iniciais de Brain Electrical Activity Mapping) a qual serve para estudar as alterações de activação de qualquer das quatro ondas do EEG - delta, teta, alfa e beta - durante a execução de tarefas cognitivas. Mais recentemente a MEG (magnetoencefalografia) permite identificar com maior precisão a origem das ondas cerebrais.

Através das novas técnicas de imagiologia torna-se possível observar e interpretar imagens do cérebro em actividade de uma forma mais completa e eficiente. Gradualmente, os progressos técnicos da imagiologia cerebral poderão mostrar como o cérebro codifica informação complexa e não apenas onde se dá essa codificação.

Noutros post´s farei uma abordagem mais aprofundada de cada uma das técnicas e do que tem vindo a ser investigado na nossa área.

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