As perturbações do funcionamento mental sempre constituiram pontos de convergência entre várias disciplinas e foram amplamente estudadas quer por neurocientistas quer por psicanalistas.
Com o trabalho de Alexander R. Luria desenvolveu-se dentro do campo da neurociência do comportamento, a neuropsicologia dinâmica, cujos princípios se aproximam aos da psicanálise por aceitar que as funções da fisiologia cerebral ocorrem na interacção dinâmica de diversas áreas espalhadas pelo cérebro, e não resultante de uma localização num centro. Será então possível unir uma modalidade de investigação que utiliza técnicas específicas e objectivas para aceder às alterações entre cognição, comportamento e actividade cerebral, com uma outra que procura aceder às estruturas psicológicas subjacentes da personalidade, motivação e emoção? Talvez a esta pergunta se possa responder com o trabalho de António Damásio que, nas palavras de Emílio Salgueiro*, iniciou uma clara aproximação da neuropsicologia em relação à psicanálise.
De facto este novo campo vem dar um lugar de destaque aos processos psíquicos inconscientes- alicerces do psiquismo consciente, e insiste no dinamismo entre estes, entre afecto e pensamento e entre corpo/mente e ambiente socio-cultural.
Tem em conta o enraizamento dos processos mentais inconscientes no próprio corpo e entre este e as suas emoções.
"Diálogos fecundos podem neste momento ser entabulados entre psicanalistas e neuropsicólogos". Emílio Salgueiro*
Portanto podemos pressagiar um casamento feliz entre neurociências e as diversas modalidades psicoterapeuticas
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SALGUEIRO, Emílio. O segundo erro de René Descartes: Diálogo e criatividade. Aná. Psicológica
terça-feira, 1 de setembro de 2009
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